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Crise ofusca briga de Hartung e Casagrande
Publicado em 2016-06-27 20:48:21




 

Nada de ringue armado para uma guerra política frontal entre Paulo Hartung (PMDB) e Renato Casagrande (PSB). Pendente desde a ruptura de 2014, o especulado acerto de contas entre o atual e o ex-governador deve ficar em segundo plano nas disputas municipais deste ano, marcadas por um complicado conjunto de variáveis diante do cenário de terra arrasada no país.
Além da nova realidade de prefeituras quebradas, arrecadação de impostos em queda, campanhas mais curtas (45 dias, e não 90) e proibição de financiamento eleitoral por empresas privadas, a Operação Lava Jato choca os eleitores ao expor as vísceras do sistema político. Portanto, a perspectiva de caciques regionais é de movimentos mais indiretos e subjetivos dos dois ex-aliados nos próximos meses.
 
Assim avaliam políticos ouvidos pela reportagem – eles mesmos admitindo que participarão da mais complexa eleição de suas vidas públicas –, em razão do contexto adverso de crise política, recessão econômica e descrédito. Com vistas à disputa do governo capixaba em 2018, a medição de forças de Hartung e Casagrande talvez fique exposta mais no resultado das urnas nos 78 municípios – o que demarcará o peso e a musculatura de cada um em outubro – do que nas composições partidárias do processo eleitoral em si.
 
“Ainda é cedo para definir como vai ficar esse embate entre Hartung e Casagrande, e não será um confronto direto. Será mais velado, atravessado por outros fatores, mas há sim um ponto de corte. Só que a relação entre os partidos nos municípios tem dinâmica própria”, avalia um político com quase três décadas de mandato, frequentador da cozinha do Palácio Anchieta. Esse cacique lembra que haverá quase sempre mais de dois prefeitáveis na disputa de cada cidade, não necessariamente alinhados ou representando o ex ou o atual governador.
 
 
POLARIZAÇÃO
 
Mesmo que na sucessão de Vitória tal polarização fique mais explícita, pelo Estado afora e até na região metropolitana os candidatos não estão todos definidos com cenário em aberto até o registro das chapas. “Paulo (Hartung) vai fazer movimentos mais indiretos, não deve subir em palanques. Estou vendo muito pouco repasse do governo do Estado para os municípios, e acho que o Palácio Anchieta nem vai abrir a torneira nesta eleição, vai tratar tudo no campo político. No próximo dia 5 é o prazo final para assinatura de convênios, e não há nada à vista”, analisa um parlamentar ligado a Hartung.
Já Casagrande, fora do poder desde que perdeu a reeleição em dura campanha, tratou de organizar o PSB, fazer alianças e se mexer com vários partidos para compensar o fato de Hartung deter o controle da máquina estadual. “Isso vai fazer com que Paulo não se exponha demais na eleição. E Casagrande não vai fazer provocação, vai buscar apenas espaço para a eleição seguinte, de 2018, quando pode se lançar ao governo ou ao Senado”, assinala outra raposa, que já trabalhou com ambos.
 
PROBLEMAS LOCAIS SUPERAM DESAVENÇAS
 
Além do impacto diluído da contenda pessoal entre Hartung e Casagrande, a tendência é de que a campanha para prefeito e vereador tenha matizes mais locais – muito embora haja estragos previsíveis ao PT, destronado do poder federal após 13 anos via impeachment.
Assim, o pleito deste ano refletiria as demandas e problemas de cada cidade; os jogos de poder de grupos locais; a avaliação no geral negativa dos atuais gestores; e poucas promessas futuras por parte dos candidatos.
“Talvez haja alguma coisa de polarização entre Hartung e Casagrande só na Grande Vitória, mas não vejo isso espalhado pelo Estado, não. A tônica desta eleição será muito diferente das tradicionais: com muita dificuldade e pouca promessa, foco na qualidade da gestão e no cuidado. Vai ser um laboratório, sem dinheiro e sem muita perspectiva de recursos para o futuro”, salienta um experiente líder partidário e ex-prefeito.
Caciques locais tentam não tomar partido nas feridas abertas entre Hartung e Casagrande, adiando definições de alianças. “É cedo para dizer. A realidade local é que falará mais alto”, frisa um palaciano. No bastidor, interpreta-se que pré-candidatos têm sido cautelosos ao demonstrar aproximação com o ex-governador, temendo algum tipo de represália do Palácio Anchieta.


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