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"Se fez isso, ele é um monstro", diz mãe de preso por violentar enteada
Publicado em 2017-05-22 10:45:02




 

Monstro. Foi essa a palavra que a cozinheira Cremilda Lelis, 45 anos, usou para descrever o filho, Michael Lelis, que confessou ter agredido e violentado a enteada de dois anos e quatro meses.
 
A mãe disse que para ela, o filho negou que tenha cometido os crimes. “Pra mim ele disse que não fez nada, então disse para ele ficar tranquilo, pois quem não deve não teme. Agora, se ele realmente fez o que estão acusando, a Justiça deve ser feita”, afirmou a mãe.
 
Ela conversou com a equipe de reportagem logo após a entrevista coletiva de Michael, onde ele assumiu a culpa pelas agressões e abusos contra a enteada Fabiane Isadora Claudino.
 
Mesmo assim, Cremilda continuou afirmando que, para ela, o filho dizia que era inocente. “Se ele fez isso, eu quero falar na cara dele que ele é um monstro. Eu botei um monstro pra fora. Eu pretendo falar isso pra ele”, desabafou a mãe.
 
Segundo a cozinheira, ela tentou entregar o filho à polícia, mas passou mal e não conseguiu.
 
Ameaças
 
Cremilda também disse que, depois que o caso veio à tona, ela e a família estão sendo ameaçados nas redes sociais. Ela afirmou que tem recebido inúmeras mensagens dizendo que a família também deve pagar pelos crimes e por estar acobertando o acusado.
 
“A família não está acobertando ele. Dói como mãe, mas eu nunca ia encobrir uma situação dessas”, disse a mulher.
 
Por fim, Cremilda fez um pedido. “Queria falar para essas pessoas que estão nos criticando: se coloquem no meu lugar. É muito doído eles ameaçarem a família como estão fazendo”, finalizou.
 
Padrasto confessa que torturou e estuprou a enteada
 
"Eu violentei e bati nela". Foi com essas palavras que o vendedor de celular Michael Lelis, 28, confessou os crimes contra a enteada de 2 anos e 4 meses, neste domingo (21). Ele afirmou ainda que tinha bebido e que não estava consciente dos atos. "Eu tinha bebido uma garrafa de uísque. Comprei e bebi. Eu não estava consciente", afirmou.
 
O padrasto da menina Fabiane Isadora Claudino foi preso na noite deste sábado (20), por volta das 21 horas, escondido em uma caçamba de lixo, na BR 262, no bairro Marcílio de Noronha, em Viana.
 
Depois de confessar, ele disse: "Não sei por que fiz isso", e pediu perdão à família de Fabiane. Segundo o delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, não há indícios de que a mãe tenha participado do crime ou tenha sido negligente.
 
Vídeos eróticos
 
Durante depoimento, Michael contou à polícia que estava vendo vídeos eróticos no momento em que abusou da enteada. No entanto, ele negou que tenha agredido a menina antes daquele dia. "Nunca aconteceu antes, nem com ela nem com as outras meninas, nunca maltratei nenhuma delas", disse.
 
Segundo o acusado, as agressões começaram por volta das 17h30, quando ele chutou a menina e ela bateu a cabeça na porta do banheiro. "Ela estava andando eu empurrei ela. Ela bateu a boca na porta do banheiro e começou a chorar, chorar, e não parava. Acabei batendo nela pra ela parar de chorar. Eu tinha bebido", relatou.
 
Após agredir a criança, Michael abusou sexualmente dela e, em seguida, saiu de casa e foi na farmácia comprar um analgésico pois estava com dor de cabeça. Pouco tempo depois a mãe da criança chegou em casa. "A bebê estava deitada vomitando. Eu falei que ela tinha caído no banho e fomos para o hospital", disse o padrasto.
 
Enterro
 
A menina foi enterrada na tarde de sábado, em Cariacica. A mãe de Fabiane, a cuidadora de idosos Maria Isabel Claudino, 22 anos, teve que ser amparada por amigos para conseguir chegar ao enterro. “Estou com nojo, raiva, ódio e queria que ele ficasse preso pelo resto da vida. Ele já tinha me ameaçado várias vezes”, disse Maria Isabel. Ela está na casa de familiares, cuidando da filha de 7 anos e da enteada de 10 meses, filha de Michael.
 
Fabiane foi velada em uma igreja no bairro Jardim de Alah e o enterro aconteceu em Nova Rosa da Penha.
 
O casal estava junto há dois anos. Ela contou que já foi agredida pelo marido, porém, por medo das ameaças dele, nunca chamou a polícia. “Foi a primeira vez que ele fez algo contra minha filha. Até então ele só fazia mal a mim.”
 
O crime aconteceu na última quinta-feira (18), no Dia Nacional de Combate à Exploração e Abuso Sexual de Crianças, dentro da casa onde o suspeito vivia com a esposa.
 
Queda
 
Maria Isabel disse que saiu de casa, na quinta, para trabalhar às 7h e retornou por volta das 20h. Contou que foi ao quarto para dar um beijo na filha. Ao ver que a criança não se mexia e que havia vômito pela casa, desconfiou do marido. Michael, porém, alegou que a menina havia caído no banho.
 
O casal levou a menina para o Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica. Lá, Fabiane teve três paradas cardíacas. Ao ser avisado de que o estado de saúde da criança era gravíssimo e que era preciso levá-la para o Hospital Infantil, em Vitória, o padrasto desapareceu. Às 22h, Fabiane deu entrada no hospital e foi entubada. Na manhã de sexta, a menina teve uma nova parada cardíaca e morreu às 11h.
 
“A mãe estava prestando depoimento quando recebeu a notícia da morte. Ela foi ouvida, assim como a mãe de Michael, que confirma que o filho era impaciente e agressivo com a enteada, mas que o que fazia seria para ‘corrigir’”, detalhou o delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e a ao Adolescente.
 
Fonte: gazetaonline.com.br


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