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Três mil demitidos com crise nas grandes empresas do Espírito Santo
Publicado em 2016-04-14 08:36:38




 

O agravamento da crise econômica do ano passado para cá e a falta de uma saída para a crise política no país impuseram um dos piores cenários que a instabilidade pode causar: o desemprego. Não é à toa que, no Estado, grandes empresas realizaram cortes pesados em seus quadros de pessoal.
Companhias como Vale, Petrobras, Samarco e Jurong, seja de forma direta ou indireta, já demitiram mais de 3 mil trabalhadores desde o ano passado. Somente na Vale, foram 676 fechamentos de postos de trabalho, sendo 558 em 2015 e 118 até a última sexta-feira, de acordo com levantamento do Sindicato dos Ferroviários.
A entidade afirma que, em 2014, a companhia trabalhava com um “turnover” (rotatividade) de 3,4%, ou seja, cerca de 150 funcionários, número bem abaixo da realidade atual. Diante desse quadro, a possibilidade de mais demissões é vista com preocupação.
 
“No último dia 7, tivemos uma reunião cobrando justificativas para tantas baixas. Mas a empresa não deu respostas, apenas se propôs a fazer reuniões a cada três meses para discutir o assunto”, se posicionou o Sindicato dos Ferroviários.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (Sintraconst-ES) também reclama do elevado número de cortes no segmento. Entre os serviços dessa área que foram impactados estão o de terceirizadas do Estaleiro Jurong Aracruz, empresa que tem passado por instabilidades em função das dificuldades enfrentadas pelo setores petrolífero e naval, aliadas aos desdobramentos da operação Lava Jato.
O secretário-geral do Sintraconst-ES, Miguel Ferreira Junior, cita que o rompimento e a não renovação de alguns contratos no estaleiro representaram o desemprego de cerca de 400 profissionais. “Vemos o setor com muita preocupação. Afinal, enquanto existir essa crise não sabemos o que pode acontecer. O triste é que quem está pagando é o trabalhador”.
Ferreira Junior diz que os problemas não param nas demissões. “Ainda temos situações de empresas que não conseguem arcar com as despesas trabalhistas e é preciso ajuizar ações na Justiça para receber as rescisões devidas”.
O segmento de petróleo e gás é outro que amarga números ruins. O cancelamento de projetos e a suspensão de atividades que eram realizadas no Estado, como o das instalações do TIMS, na Serra, representaram cerca de mil demissões entre diretas e indiretas. E, somente em novembro e dezembro de 2015, 200 trabalhadores de terceirizadas da Petrobras foram desligados, segundo informações do Sindipetro do final do ano passado.
No caso da Samarco, foi o acidente com o rompimento da barragem em Mariana que refletiu no fechamento de vagas. O diretor do Sindimetal, Max Célio de Carvalho, diz que nesse segmento as terceirizadas dispensaram 800 profissionais.
 
Empresas reavaliam quadros de funcionários
 
A Vale não comentou os dados de desligamento, mas, por nota, informou que “mantém uma taxa de rotatividade bem abaixo da média da indústria nacional de mineração e siderurgia”. Argumentou ainda que, “com o objetivo de se adaptar ao atual cenário, a empresa está aproveitando a rotatividade natural para aumentar sua produtividade. Dessa forma, cerca de um terço das vagas que tradicionalmente são abertas com a saída de empregados não está sendo reposta”.
A Samarco, por sua vez, disse que respeita seus empregados e vem avaliando as melhores alternativas para manter os postos diretos. Já em relação às tercerizadas, esclareceu que fechou, em 4 de dezembro de 2015, com os Ministérios Públicos de Minas e do Espírito Santo, um Termo de Ajustamento de Conduta visando a garantia de empregos. “Pelo termo, a Samarco manteve os contratos das prestadoras de serviços permanentes até o dia 1º de março de 2016, garantindo o pagamento dos empregados e a manutenção dessas vagas”.
A gerente de RH da Jurong, Lucila Lopes, disse que, apesar da crise no setor de óleo e gás, o estaleiro näo está demitindo em massa. “As demissöes ocorrem por performance e näo alinhamento com as expectativas da empresa. As demissöes citadas de tercerizadas devem ser relacionadas com o fim da obra de construçäo civil”. Procurada, a Petrobras não se posicionou.
 


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