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Universitários estão na mira de bandidos na entrada e saída das aulas
Publicado em 2017-09-04 11:24:26




 

Seja à noite ou em plena manhã, estudantes universitários da Grande Vitória convivem com a insegurança e os assaltos, nos horários de saída e entrada das aulas.
 
Eles reclamam dos roubos constantes e da falta de atuação da Polícia Militar. A reportagem conversou com alunos de instituições de Boa Vista e Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha, e de Laranjeiras, na Serra.
 
Os relatos são parecidos sobre a forma de agir dos assaltantes. Sempre quando os estudantes estão a caminho do ponto de ônibus, ou chegando à faculdade, após desembarcarem de coletivos e transportes.
 
No último dia 11 de agosto, por exemplo, um grupo de 15 estudantes de uma faculdade particular de Coqueiral de Itaparica foram vítimas de bandidos armados, quando aguardavam o ônibus para ir embora.
 
O ponto é ao lado da porta da faculdade. Uma estudante de Pedagogia, de 36 anos, que estava entre as pessoas assaltadas, disse que convive com a insegurança todos os dias.
 
“São quatro pontos de ônibus ali perto. Eu me formo agora em dezembro e na primeira semana de faculdade eu já tinha corrido de um assalto. Teria que ficar uma viatura no horário de entrada e saída”, reclamou.
 
Em Laranjeiras, na Serra, o problema maior é no caminho entre a faculdade particular e o Terminal, onde os bandidos agem.
 
Já em Boa Vista, Vila Velha, o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) de uma faculdade particular, Valter Cau, conta que os criminosos atuam mais pela manhã.
 
“Aqui abordam mais de manhã cedo e na saída. Tem uma entrada para o bairro, que eles assaltam e entram ali ou por trás do Fórum.”
 
Na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ocorrências foram registradas dentro da instituição. No último dia 25, uma pesquisadora teve o celular roubado por bandidos dentro do campus de Goiabeiras. Já no último dia 9, seguranças do campus de Maruípe foram rendidos. Armas, coletes e rádio comunicadores foram roubados.
 
RELATO DO MEDO
 
Nem mesmo ficar em um grupo de 15 pessoas no ponto de ônibus foi suficiente para que uma estudante de Pedagogia, de 36 anos, escapasse de um assalto na saída da aula, no dia 11 de agosto. O crime aconteceu ao lado de uma faculdade particular no bairro Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. A vítima contou à reportagem como foi que os bandidos agiram.
 
Como o crime ocorreu?
 
Era uma noite de quarta-feira, estava muito frio e chovendo. Tem um ponto de ônibus ao lado da faculdade e nos abrigamos embaixo de uma árvore, para nos proteger da chuva. O ônibus passa entre 21h42 e 21h45. Nesse dia atrasou. Os bandidos estavam de carro, passaram pela gente, depois vieram três deles, todos a pé.
 
Como foi a abordagem?
 
Quando eles chegaram, um deles estava armado e deu ordem para ninguém correr. Umas três meninas conseguiram escapar e voltar para a faculdade, correndo e pedindo por socorro. Nem isso os inibiram.
 
O que eles roubaram?
 
Eles vieram retirando as mochilas, pegando tudo. Apesar do ponto ter muita gente, ninguém pode reagir. Eram umas 15 pessoas e eles assaltaram todos. Saíram com um monte de bolsas.
 
Isso costuma acontecer naquele local?
 
Todo mundo já tinha medo, por isso estávamos em grupo, mas mesmo assim estão assaltando. Semana passada foram dois assaltos no mesmo lugar. A polícia não fica ali e os roubos são constantes.
 
 
ESTUDANTES ORGANIZAM PROTESTO
 
 
Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) organizam um protesto contra a insegurança nos campi da instituição. A ideia surgiu após os casos de assaltos e violência nos locais de ensino.
 
O estopim foi o caso de um assalto a uma pesquisadora de 36 anos, dentro do campus de Goiabeiras, na sexta-feira, no último dia 25 de agosto.
 
Os bandidos, que estavam armados, chegaram pelo mangue que fica nos fundos da instituição. Após o crime, eles fugiram pelo mesmo local.
 
O protesto está sendo organizado pelo Núcleo de Bioengenharia Aplicada ao Saneamento, mais conhecido como Núcleo Água, da Ufes, e está marcado para amanhã, na cantina do Centro Tecnológico (CT), no campus de Goiabeiras, às 7h30.
 
Mais casos
 
Esse não foi o único caso de violência dentro de um campus da Universidade no último mês. No dia 9, na unidade de Maruípe, dois seguranças foram rendidos e tiveram as armas e coletes levados por criminosos.
 
A Administração Central da Ufes informou que não tem ciência do protesto.
 
Por meio de nota, disse que, como medida para ampliar a segurança, o campus de Goiabeiras foi incluído na rota de rondas da Polícia Militar. As rondas circulam pelo anel viário do campus. A medida deverá se estender aos campi de Maruípe e de Alegre (em São Mateus já existe uma ação com a PM local).
 
NOVA UNIDADE DA POLÍCIA MILITAR
 
Uma nova Companhia de Polícia Militar será construída ao lado do Terminal de Laranjeiras, na Serra, para levar segurança a quem circula pelo local. A informação é do comandante do 6º Batalhão da PM, tenente-coronel Roberto Mauro.
 
A previsão é que a unidade esteja pronta até o fim deste ano. “Ao lado do terminal estamos iniciando a construção da companhia de polícia. A previsão é estar pronta já no mês de novembro. Ela ficará ao lado da faculdade. Vai trazer uma sensação maior de segurança para aquela região. O objetivo é o combate ao crime contra o patrimônio e roubos de carros.”
 
Enquanto isso, o tenente-coronel disse que vai tentar melhorar a presença de policiamento no local.
 
Sobre a falta de segurança nas faculdades em Boa Vista e Coqueiral de Itaparica, o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Sebastião Biato, disse que as vítimas precisam registrar as ocorrências.
 
“O registro de crimes naquela região é menor do que em outras áreas. Dividimos o mapa do policiamento por regiões de mais ocorrências. É preciso registrar.”
 
Por nota, a Prefeitura Municipal de Vila Velha informou que a Guarda tem atuado de forma integrada com a PM, fazendo patrulhamento preventivo motorizado na região de Boa Vista. Além disso, ressaltou que reuniões estão sendo marcadas com as faculdades para melhorar sua atuação.
 
NA SERRA, PERIGO É NOTURNO
 
Universitários de uma faculdade particular próxima ao Terminal de Laranjeiras, na Serra, também reclamam dos crimes cometidos na região, principalmente no período noturno.
 
Uma estudante de Direito de 37 anos diz que os alunos já estão acostumados com relatos de assaltos no caminho entre a porta da instituição e o ponto de ônibus.
 
“Os assaltos são recorrentes no trajeto do terminal até a faculdade. Por mais que tenha vigia da faculdade, a gente sabe que o bandido chega armado e eles não podem fazer nada. Estamos bem amedrontados.”
 
A estudante contou ainda que nem mesmo quem vai de carro está livre dos criminosos. “Nos dias 23 e 24 de agosto arrombaram vários carros na porta da faculdade. Eles não quebraram o vidro nem nada. Usaram algum dispositivo.”
 
Fonte: gazetaonline.com.br
 


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